Basílio Bezerra disse que as características da gestão financeira e fiscal do estado não atende as condições necessárias para o pagamento.
Governo de MT não pagará RGA 2019 e 2020 — Foto: Secom/MT
O secretário estadual de Planejamento, Basílio Bezerra, disse durante audiência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quarta-feira (23), que o estado não vai pagar a Revisão Geral Anual (RGA) dos anos 2019 e 2020.
Basílio disse que as características da gestão financeira e fiscal do estado não atendem as condições necessárias para o pagamento.
“Somos agentes públicos e não podemos executar nada fora da legislação, sob pena de responder por improbidade administrativa, então não vamos arriscar. Está claro que o estado não tem condição legal de aplicar esses valores. No que teve condição, foi aplicado”, explicou.
De acordo com o governo, a revisão de 2019 não foi paga porque o estado ainda não atingiu os requisitos exigidos em lei, em relação ao limite de gastos com o pessoal.
Já em 2020 e em 2021, os estados e municípios estão impedidos legalmente de conceder reajuste salariais aos servidores públicos devido uma lei federal de enfrentamento a pandemia da Covid-19.
Essa lei foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o secretário, a previsão é que em 2022 seja feito o pagamento de 5,05% da RGA, o que representa um impacto financeiro de R$ 489,74 milhões aos cofres públicos.
“O estado prevendo que em 2022, pelas características da gestão financeira e fiscal, teremos essas condições necessárias. Colocamos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) prevendo uma alíquota de 5,05, imagina-se que vai dar esse valor em 2021, a ser aplicado em maio de 2022”, disse.
RGA 2018
Em maio deste ano, o governador Mauro Mendes (DEM) confirmou o pagamento da RGA do ano de 2018 aos servidores estaduais efetivos, aposentados e pensionistas. A reposição salarial foi de 2%.
Segundo o governo, o Tribunal de Contas do Estado condicionou a concessão da RGA à capacidade financeira do estado e pagar a folha, aos repasses do duodécimo aos poderes e as transferências constitucionais dentro dos prazos.
O pagamento da RGA implica num acréscimo de R$ 249 milhões por ano à folha de pagamento do estado.