De acordo com o estudo, a história começa com Tom, um gato mestiço pertencente a estagiária, que costumava ficar solto pela vizinhança. E em abril deste ano, Tom passou cerca de 10 dias fora de casa, e quando retornou apresentava problemas respiratórios. A pesquisadora Homochisnki, curiosa com os sintomas, pediu autorização para que o felino fosse testado para saber se era um caso de gripe comum ou de Covid-19. Sob orientação da professora, ela fez a coleta do material necessário para pesquisa, quatro dias após o retorno do animal.
O resultado, por sua vez, deu positivo e surpreendeu as pesquisadoras, que em seguida fizeram a testagem também de uma gata que convive com o animal já infectado. A felina, chamada de Mimi, ao contrário de Tom, costumava ficar em casa, porém, ainda assim, também apresentou resultado positivo para o novo coronavírus.
Não foi possível afirmar no estudo como o gato pegou o Covid-19, isto porque ele esteve longe de casa por vários dias, entretanto, o estudo destaca que há pouca possibilidade de ter sido de sua dona. Isto porque a estagiária e aluna do 7º semestre do curso de Zootecnia do IFMT, Daniela Homochinski, além de já ter tomado duas doses da vacina Corona Vac, testou negativo no RT-qPCR para qualquer sinal do vírus.
Segundo a professora de Zootecnia formada em veterinária com Dra. em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Laila Brandão, o fato de a estagiária estar vacinada pode ter contribuído para a sua não contaminação pelos gatos, apesar disso, a pesquisa não pode afirmar se o vírus é transmissível de gatos para humanos. A única descoberta comprovada no estudo, é que um animal pode transmitir para outro da mesma espécie.
Descoberta importante
Por mais que tenha sido realizado com apenas dois animais, para as pesquisadoras, o resultado deve ser considerado importante. Isto devido ao grande desconhecimento presente em torno da temática Covid-19. “Ainda não compreendemos o Covid-19, pois surgiu a pouco tempo e foi declarada uma pandemia apenas em 2020. Então, as pesquisas que conseguem uma descoberta, devem ser consideradas. Pois analisamos que o vírus consegue se perpetuar entre gatos domésticos, então medidas de controle devem ser tomadas nesse grupo, para que o vírus não se espalhe mais”, disse Brandão.
A veterinária ainda orienta que os responsáveis por animais domésticos, mesmo sem saber se o gato é um possível transmissor do vírus, devem tomar cuidados e manter o animal em isolamento correto para a proteção dos animais e da saúde pública.
Os interessados em acessar a pesquisa na íntegra, a encontram neste endereço com resumo em português, inglês e espanhol.