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Pedagoga é acusada de racismo contra menina de 2 anos

A acusada disse ainda que não precisa e nem quer se expor dessa maneira

A polícia investiga uma mulher que se identifica como pedagoga por ofender uma menina de 2 anos na internet.

A filha mais nova da psicóloga Roberta Massot foi alvo de ataques racistas depois que um vídeo dela foi publicado em uma rede social.

“Ela tinha falado que queria ir pra escola, e foi onde eu comecei a filmar”. Depois de postar um vídeo da criança, a mãe se revoltou com uma mensagem que recebeu de Érica Gomes nas conversas privadas de uma rede social.

Érica disse: “Ela tem uma raiz de cabelo um pouco dura, né?”.

A mãe respondeu: “Não, ela tem a raiz crespa. Por quê?”.

Érica rebateu: “A raiz dela é dura mesmo. Não é crespa não”.

Para Roberta, é um momento difícil até de lembrar.

“Em pleno século 21 ainda ter que ficar batendo nessa mesma tecla. E eu sempre falei que desde a minha primeira filha eu ia começar a lutar mais ainda contra o racismo porque eu não queria que elas passassem pelo que eu passei”.

Nas mensagens, Roberta ainda tenta o diálogo.

“Não, Érica, não existe cabelo duro. Se você estudar um pouco vai ver que o que existe é cabelo crespo. Não entendi o porquê da sua pergunta e muito menos a maneira ofensiva a qual se referiu ao cabelo da minha filha”.

Érica Gomes, investigada pela polícia, respondeu:

“Flor, você expõe sua filha, então as pessoas dão a opinião que quiserem. Se não quer exposição não coloque vídeo, fotos etc. Se está nas redes sociais, eu falo o que eu quiser. Em vez de ficar aqui querendo ou achando alguma coisa, leve suas filhas ao salão e aproveita e tira as melecas delas”.

Érica Gomes se identifica nas redes sociais como pedagoga.

O RJ1 tentou contato com ela, mas ninguém atendeu.

Roberta levou o caso da filha para a Polícia Civil. A delegacia registrou a ocorrência como injúria por preconceito.

A advogada Michelle Vargas, que representa a mãe da criança, também vai entrar com um processo contra a suspeita.

“Estou preparando o processo já. Eu já peguei toda a documentação da Roberta e da criança e com base no registro de ocorrência a gente vai fundamentar o pedido na injúria racial. (…) Na internet as pessoas acham que estão escondidas, mas não estão”.

Michelle, que foi alvo de injúria racial há 10 anos por um ex-funcionário do local onde trabalha, aguarda até hoje o resultado final do processo.

“Foi condenado, mas ele recorreu. Então, o processo está no tribunal ainda para julgar a apelação dele. Então, é muito morosa a Justiça sim. Por que? Porque é um crime que vem com injúria, tem outros que são mais importantes”.

O que Roberta deseja é que as filhas cresçam sem ter que passar pelo o que ela já passou.

“Antigamente era tido como brincadeirinha. Eu cresci odiando a minha cor, eu cresci odiando o meu cabelo. E assim, são coisas que machucam muito. E eu não queria que elas passassem por isso. Eu queria que pelo menos elas soubessem se posicionar. Isso tem que acabar, isso é um crime”.

Depois de gravar a reportagem, a produção do RJ1 continuou procurando a Érica Gomes. Por mensagem, ela disse que não tem nenhum retorno para dar e que foi orientada a falar em juízo.

Érica Gomes disse ainda que não precisa e nem quer se expor dessa maneira.

A Polícia Civil disse que as investigações estão em andamento e que a suspeita vai ser ouvida na delegacia de São Gonçalo.

Por G1
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