Viviane Kawamoto Pivetta denunciou marido por agressão e, depois que caso começou a repercutir, postou um vídeo negando o crime. Mas nesta terça-feira (3) ela fez uma postagem alegando que tinha sido pressionado a desmentir denúncia.
Viviane Kawamoto Pivetta chamou a polícia e denunciou que estava sendo agredida pelo marido — Foto: Instagram/Reprodução
A mulher do vice-governador de Mato Grosso Otaviano Pivetta, a advogada Viviane Kawamoto Pivetta, publicou no perfil dela no Instagram, nesta terça-feira (3) uma mensagem dizendo que foi pressionada pela secretária de Comunicação do estado, Laice Souza, a gravar um vídeo desmentindo uma denúncia de agressão contra o marido, registrada no dia 7 de julho, na polícia de Itapema (SC), onde o casal passava férias.
O vídeo citado por ela foi postado na última quinta-feira (29).
Otaviano Pivetta, candidato ao Senado — Foto: Divulgação
Otaviano Pivetta foi indiciado pela Polícia Civil de Itapema por lesão corporal. O inquérito foi enviado à Justiça. Até esta terça-feira, ele não tinha se manifestado sobre o assunto. Mas à tarde, o advogado dele emitiu uma nota dizendo que o caso está em caso de segredo de justiça e que, no dia do ocorrido, o vice-governador prestou informações à polícia de Santa Catarina e “retornou calma e pacificamente ao apartamento de veraneio”.
O G1 tenta contato com Viviane, mas até a publicação desta reportagem ela não havia atendido as ligações e nem respondido as mensagens do WhatsApp. A equipe também tenta localizar a defesa dela.
Viviane postou print dizendo que foi pressionada a gravar vídeo desmentindo agressão — Foto: Instagram/Reprodução
Laice Souza emitiu uma nota nesta terça-feira negando que tenha pressionado Viviane a desmentir a agressão. “O vídeo foi gravado pela senhora Viviane, do próprio celular, sem texto de apoio e postado nas redes sociais por ela. Repudio qualquer tipo de violência, inclusive contra a honra. Por isso, estou acionando judicialmente a senhora Viviane, por calúnia e difamação, além de registrar um boletim de ocorrência, para que o processo tramite na esfera criminal, com todas as provas já colhidas”, declarou.
Depois que a secretária se manifestou sobre a acusação, Viviane postou outra mensagem: “Contra fatos não há argumentos. E o que eu postei eu sustento, inclusive se houver necessidade de expor conversas de Whats com terceiros ligados ao Poder Executivo e Legislativo irei fazê-lo. Que ela tome as medidas que achar necessárias, porque as minhas já foram tomadas”.
Na semana passada, depois que o caso veio à tona e começou a repercutir no estado, a advogada postou um vídeo nas redes sociais dizendo que não tinha sido agredida e que se tratava de uma briga de casal.
“Eu estou passando aqui para falar a respeito da notícia que está correndo nos veículos de comunicação do estado a respeito de mim e do meu esposo. Estou passando para tranquilizar, porque está tudo bem”, disse, no vídeo.
Primeira-dama apagou post no dia em que indiciamento ganhou repercussão e depois repostou — Foto: Instagram/Reprodução
Nesta segunda-feira (2), a primeira-dama do Mato Grosso, Virgínia Mendes, postou uma foto dela no Instagram, com um cartaz escrito: “Você não está sozinha”, em alusão à campanha ‘Agosto Lilás’, que surgiu para celebrar os dez anos da Lei Maria da Penha.
No entanto, horas depois o post foi apagado e tornou a ser publicado na noite do mesmo dia.
A denúncia
No dia 7 de julho, Viviane disse à polícia que o marido tinha a agredido e batido a cabeça dela no sofá várias vezes. Ela mostrou aos policias marcas de vermelhidão em seu rosto, pernas e braço gerado pelas agressões.
O vice-governador relatou à polícia, naquele dia, que a mulher mordeu a mão, mas argumentou que em nenhum momento tinha a agredido.
A polícia encaminhou o casal até a delegacia para registrar a ocorrência, mas no caminho a mulher começou a relatar outra versão, dizendo que foi só uma discussão e que não queria mais fazer o boletim.
No entanto, como Viviane apresentava lesões no rosto e, na ligação para o 190, relatou ter sido agredida, a polícia deu andamento na ocorrência e fez o registro.
Pivetta foi detido em flagrante por violência doméstica e solto logo em seguida, depois de pagar fiança.
O delegado Diogo Medeiros, do setor da Violência Doméstica, da Delegacia de Polícia Civil de Itapema, disse que, no dia do crime, o vice-governador, a mulher dele e os policiais foram ouvidos e que a vítima tentou retirar a queixa ainda na delegacia.
“Mas, nesse caso, como foi lesão corporal, não cabe a ela decidir se o caso será investigado ou não”, explicou o delegado, ao afirmar que ela estava com lesões aparentes.
O inquérito foi aberto e concluído dias depois.