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Morre pioneiro do cinema em Barra do Garças, mais uma vítima da Covid

Dejaime proporcionava alegria para famílias com o Cine Astor, na rua Mato Grosso

A cidade de Barra do Garças-MT perdeu mais um pioneiro nesta luta contra pandemia da Covid-19. Faleceu na segunda-feira (2/8) no hospital Metropolitano de Várzea Grande-MT, o comerciante Dejaime Sousa Coelho, de 71 anos, que foi um dos pioneiros do cinema na cidade. Ele foi proprietário do Cine Astor, que foi praticamente o terceiro cinema que teve em Barra do Garças, já que o primeiro foi Cine Carajás do saudoso Fleury Belem, pai do Teddy Boy, e depois veio o Cine Araguaia.

Dejaime estava internado há duas semanas lutando contra o vírus. Ao sentir os primeiros sintomas, ele foi atendido na UPA de Barra do Garças onde permaneceu internado por quatro dias e posteriormente foi encaminhado ao hospital Metropolitano em Cuiabá.

No entanto, o estado de saúde dele foi piorando ao ponto de chegar à intubação e vindo a falecer na segunda-feira. Os moradores mais antigos da cidade vão lembrar do Dejaime ao falarmos sobre a trajetória dele e sua contribuição à frente do cinema que houve na cidade.

Ele começou a trabalhar com cinema em 1976. A família explica que Dejaime ainda era adolescente quando foi em Brasília e viu uma máquina de projeção de filmes e se apaixonou pela sétima arte. Naquele tempo, as máquinas rodavam filmes de rolo. Filmes em preto e branco, sem áudio apenas com legenda e depois vieram os filmes coloridos.

Após tomar gosto pelo cinema, Dejaime com apoio do pai dele (que era pecuarista) decidiu investir na montagem do Cine Astor que funcionou por mais de 10 anos na rua Mato Grosso no prédio onde hoje está a loja Malhação Sports.

Em 1984, Dejaime retornou com o Cine Astor, na mesma rua Mato Grosso, porém um pouco mais acima, no prédio onde funciona hoje a loja Mundo dos Móveis e ali ficou por mais 15 anos proporcionado entretenimento e alegria para população. Nessa segunda etapa, ele comprou uma máquina moderna de projeção e já exibia filmes de bilheteria.

Naquele tempo, as companhias de cinema seguravam ao máximo os filmes de sucesso nas capitais do país e só depois liberavam para o interior. Era comum um filme passar em Goiânia e depois de quase seis meses chegar a cidade de Barra do Garças, naquela época. O Cine Astor permaneceu aberto até o início da década de 90, e sem dúvida alguma, era a principal diversão da comunidade.

Todaiva o auge do cinema em Barra do Garças começou a cair com o surgimento das locadoras de filmes (videocassete e dvd) fizeram o público se afugentar da telona, mas ficaram as belas histórias de recordações e o equipamento que Dejaime guardou com todo carinho.

O filho Glayk Coelho lembra com orgulho que com 10 anos de idade ajudava o pai trabalhando na bomboniere (vendendo balinhas) para o público que ia assistir filmes no Cine Astor.

Natural de Guiratinga-MT, Dejaime nasceu no dia 4 de maio de 1950, e veio para Barra do Garças com nove anos de idade juntamente com pai em busca de oportunidades e aqui escreveu também a sua história. Dejaime deixa a esposa Zélia Mendes Ferreira e os filhos Grayk Mendes Coelho (que trabalha na Sema), Raquel Mendes Coelho e Fabiana Mendes Coelho.

Nossas condolências à família enlutada!!!

Araguaia Notícia
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