Empresa também teria alegado que não pretende pagar prejuízo de R$ 1 bilhão
Convocada a dar explicações sobre a alta mortandade de peixes no lago do Manso, a Furnas de Mato Grosso enviou um representante à Assembleia Legislativa para afirmar que as mortes se deram pela seca nos rios e por falta de oxigênio nas águas. A informação é do deputado estadual Prof. Allan Kardec (PDT), que não gostou nem um pouco da explicação dada. A audiência foi realizada nesta terça-feira (13).
Segundo o deputado, o representante da empresa ainda afirmou que ela não pretende arcar com o prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão aos produtores e piscicultores pelo desastre ecológico que ceifou a vida 90 toneladas de peixes.
“Infelizmente, o impacto é enorme e há 20 anos vemos sofrendo e agora pegou no bolso dos produtores e piscicultores. Olha que só se falou em ambiente controlado, imagina os peixes nativos. Eles estão correndo da situação dos peixes nativos, mas nós já temos registros de mortes de piranhas, pacus, piavuçus, curimbatás, e nós já temos uma lei aqui na Assembleia Legislativa que obriga as barragens a fazerem o repovoamento desses peixes nativo”, esclareceu o deputado.
Outro parlamentar que ficou indignado com o depoimento do representante da Furnas foi Wilson Santos (PSDB), que argumentou que a Furnas sempre ‘tira o corpo fora’ e tem uma visão capitalista.
Santos cita que a briga pela água é intensa. Segundo ele, a Furnas quer água para gerar energia e ter lucro e os piscicultores a querem para gerar emprego, criar peixe e também obter lucro.
“O Pantanal também precisa dessa água e é uma guerra pela água, e se não encontrarmos um modus vivente dessa água estaremos condenando as novas gerações a viver com pouca água e um nível de vida cada vez pior”, falou.