Medidas são necessárias enquanto não for identificada redução dos casos de coronavírus
Por Gustavo Castro
Municípios considerados com risco muito alto de contaminação de covid-19 podem vir a ter que decretar quarentena obrigatória e suspender qualquer evento que cause aglomeração. Além disso, escolas que já funcionem em sistema híbrido ou presencial, bem como universidades particulares têm que suspender imediatamente suas atividades. A recomendação é do próprio Governo de Mato Grosso, em decreto publicado em junho do ano passado e as medidas são necessárias enquanto não for identificada redução dos casos de coronavírus.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), treze municípios do estado registraram alta classificação de risco para contaminação do coronavírus. Além da capital mato-grossense, Rondonópolis, Várzea Grande, Primavera do Leste,
Sinop, Nova Xavantina, Sorriso, Barra do Garças, Poconé, Cáceres, Pontes e Lacerda, Nova Mutum e Cotriguaçu são considerados de alto risco de contaminação.
Alguns prefeitos já estabeleceram decretos mais rígidos a fim de frear a disseminação da covid-19. Em Rondonópolis (252 km de Cuiabá), novas medidas foram estabelecidas a partir desta sexta-feira (26.02). Até dia 7 de março todos os estabelecimentos serão fechados às 22h e reabertos às 5h, inclusive os postos de combustíveis.
Restaurantes, bares e igrejas podem funcionar, porém com a capacidade total de 30%
do público.
Já em Primavera do Leste (distante a 235 km de Cuiabá), o prefeito Leonardo Bortolin (MDB), decretou nesta sexta-feira (26.02), lockdown, que é o fechamento total no município. Isto porque, além da cidade aparecer na lista de risco muito alto de
contaminação da covid-19, também foi confirmado um caso da variante britânica da doença, que é mais potente e com maior capacidade de transmissão. O decreto passa a valer na segunda-feira, 1º, por 15 dias, podendo ser prorrogado.
Em Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou na tarde deste sábado (27.02) que vai enviar à Câmara Municipal um projeto de Lei com medidas mais severas a fim de frear o avanço da covid-19 na capital. Por enquanto, o gestor descarta decretar o lockdown, pois, segundo ele, o setor produtivo não pode ser penalizado. As medidas vão de advertência até a suspensão do alvará com o fechamento do estabelecimento por 90 dias.
Já o prefeito de Várzea Grande, segundo maior município de Mato Grosso, Kalil Baracat (MDB) anunciou, também neste sábado (27.02), que pretende criar uma força tarefa para endurecer na fiscalização daqueles que vivem na clandestinidade, colocando a vida dos outros em risco. Afirmou ainda que vai levar tanto ao Governo quanto à Prefeitura de Cuiabá um programa de parceria para combater a covid-19.
O governador Mauro Mendes (DEM), por sua vez, convocou os prefeitos para uma reunião online na próxima segunda-feira (1º), para anunciar medidas mais duras para frear o avanço da covid-19 no estado.
Em sua fala, Mendes lembrou que os casos mais que duplicaram na última semana e a taxa de ocupação dos leitos de UTIs ultrapassaram os 80%. Ainda lembrou que outros estados, como Bahia e Distrito Federal já adotaram a medida.
Na quinta-feira (25.02), o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT) encaminhou ofício ao Ministério Público Estadual (MPE) relatando preocupação com o aumento de casos de covid-19 em Mato Grosso e pedindo atuação do órgão no sentido de recomendar ao Governo do Estado que decrete lockdown no Estado.
Conforme o documento encaminhado ao MPE, a projeção é de que a segunda onda de covid-19 em Mato Grosso seja ainda pior.
O pedido da categoria é de se a medida não puder ser adotada em todo o Estado, que o MP recomende pelo menos nos municípios que estão com taxa de crescimento da contaminação (TCC) alta.
Até este sábado (27.02), de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), notificou 250.526 casos de coronavírus, sendo 5.786 óbitos em decorrência da doença. A taxa de ocupação está em 87,11% para UTIs adultos e em 41% para enfermarias adultas.