Cofundador e chefe político do Talibã volta ao Afeganistão

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Mullah Abdul Ghani Baradar, um dos cofundadores do Talibã e chefe político do grupo extremista, voltou ao Afeganistão após dez anos.

Baradar fazia parte da equipe que negociava em Doha, no Catar, um cessar-fogo com o antigo governo afegão e desembarcou na terça-feira (17) em Kandahar, a segunda maior cidade do Afeganistão.

Ele havia sido preso em 2010 em Karachi, no sul do Paquistão, e libertado em 2018, a pedido do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para participar das negociações de paz em Doha.

Acordo de paz com os EUA

Baradar se tornou então o chefe do escritório diplomático do Talibã no Catar, que negociou e assinou o acordo de paz com os EUA em fevereiro de 2020.

O acordo previa a retirada total das tropas americanas do Afeganistão até abril deste ano. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve o acordo de Trump e adiou a saída para o fim deste mês.

A maior parte das tropas deixou o país em julho, e o Talibã se aproveitou para avançar rapidamente pelo país, conquistando todas as províncias e a capital Cabul em menos de duas semanas.

Fim da guerra no Afeganistão

Os EUA decidiram deixar o Afeganistão após quase 20 anos de ocupação. O país foi invadido por tropas americanas em 2001, em reação ao atentado do 11 de Setembro.

O Talibã comandava o país desde 1996, adotando uma visão extremamente rigorosa da lei islâmica (sharia) e impondo restrições sobretudo às mulheres, que eram impedidas de trabalhar e estudar.

As visões islâmicas ultraconservadoras dos talibãs incluíam apedrejamentos, amputações e execuções públicas.

O grupo extremista foi retirado do poder pelos EUA por esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pela queda das Torres Gêmeas.

Na época em que o Talibã foi tirado do poder, Baradar era o vice-ministro da Defesa do Afeganistão.

Por G1
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