Secretária afirma que população pobre precisa saber economizar

Secom

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Secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania de Mato Grosso (Setasc-MT), Rosamaria Carvalho disse, em entrevista ao programa Tribuna (rádio Vila Real 98.3 FM), que a população mais pobre precisa aprender a administrar melhor o auxílio de R$ 200, que será depositado pelo Estado a cada dois meses a pessoas de baixa renda.

Nesse contexto, a gestora afirmou que os beneficiários que muitas vezes precisam alimentar uma extensa família com várias crianças podem fazer compras picadas e guardar parte do dinheiro para o mês seguinte. A sugestão, no entanto, foge da realidade de muitas famílias, que mal conseguem comprar os suprimentos necessários para poder sobreviver durante o mês.

“As pessoas também precisam saber lidar com suas finanças. Nós vamos depositar o benefício, mas ele [beneficiário] não precisa gastar tudo no dia que recebe o cartão. Ele [beneficiário] pode ir lá e comprar um pacote de arroz hoje, na semana que vem comprar um feijão, no mês que vem comprar outro pacote de arroz e depois 5 kg de macarrão”, disparou.

A fala ocorreu quando a gestora comentava sobre o novo formato do auxílio Ser Família Emergencial, programa de assistência criado pelo governo para pessoas de baixa renda. Nos últimos 5 meses, várias famílias receberam mensalmente o valor de R$ 150 do Executivo.

Contudo, o projeto passa por mudanças e destinará um aporte de R$ 200 bimestralmente a partir de outubro de 2021. Ao ser questionada sobre o valor, a gestora reconheceu que o montante não é suficiente para suprir todas as necessidades das famílias.

Rosamaria, contudo, emendou dizendo que o valor também nunca será bastante para as pessoas que querem utilizar a verba para comprar carnes nobres, como o “filé mignon”. “O auxilio é para ajudar na hora do aperto. Ele serve para ajudar no momento que a pessoa não consegue recursos com o fruto do trabalho ou com o que muitas pessoas popularmente chamam de bico. Com R$ 200 dá para comprar uma cesta básica, mas é claro que o dinheiro não vai dar para comprar 2 kg de carne se a pessoa for e comprar 2 kg de filé mignon”, complementou.

A secretária que, recebe um salário bruto de R$ 18 mil mensal, afirmou ainda que a crise do país também tem mexido com a alimentação de famílias que não integram o grupo de baixa renda. Como “dona de casa”, Rosamaria disse que até os empregados têm se reinventado substituindo “a carne pelo feijão”.

“Se eu recebo o Bolsa família, eu vou fazer as compras da maneira que eu consigo na minha casa. Nem todas as famílias brasileiras conseguem comer carne todos dias e isso não é só as famílias de baixa renda. Nem quem tem um emprego, tem a carne todos os dias. A carne está muito cara e ai você substitui pelo feijão. Nós que somos dona de casa temos que ter um jogo de cintura muito grande. Diante da economia do país, não está sendo possível comer carne todos os dias”, finalizou.

Polêmica
Essa não é a primeira vez que Rosamaria dá declarações polêmicas. Em julho, a gestora afirmou que os ossinhos distribuídos à população mais vulnerável seriam “nutritivos”. A fala foi feita após populares serem filmados em longas filas para pegar ossos em um açougue de Cuiabá.

Allan Mesquita, Gazeta Digital
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