O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Carlos Avallone, afirmou que apesar de o PSDB ter migrado para a oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os filiados do partido jamais votariam em um candidato do PT. Mesmo que, para isso, tenham que votar novamente em Bolsonaro em 2022.
O PSDB anunciou o rompimento com Bolsonaro após as manifestações realizadas no dia 7 de setembro em todo o país. O estopim para o racha foram as falas do presidente no ato da Avenida Paulista em São Paulo, onde Bolsonaro disse que só existiam três alternativas no futuro para ele: morte, prisão ou eleição.
Avallone frisou que todo político que entra em uma eleição corre o risco de perder. Por isso, ele avalia que o presidente da República está errado no tom do que esbravejou a seus apoiadores. O deputado destacou que ficar contra decisões judiciais e provocar uma ruptura rompe o limite dos atos democráticos.
“Eu não vou estar votando no Bolsonaro. Eu vou estar votando em uma melhor opção, que não é o Lula. Eu nunca votei no Lula. O PSDB nunca votou no Lula. O lulopetismo não passa pelo PSDB. Pode FHC falar, sinalizar, outro falar. Isso está na essência do peessedebista: jamais vai votar no Lula, ele jamais vai votar PT. Somos adversários históricos deles e quem representa contra o PT somos nós. Nós votamos no Bolsonaro porque não votaria no PT, mas não voto mais. E também, não voto no Lula e nem no PT. Por isso, vamos trazer para apresentar em Mato Grosso os candidatos do PSDB”, disse Avallone.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, foi o primeiro tucano presidenciável a visitar Mato Grosso. Ele esteve em Cuiabá neste sábado (11), para participar das prévias do partido, que definirão o nome do PSDB à presidência. Avalone avalia que Leite tem maior empatia dos eleitores mato-grossenses que João Dória, que governa São Paulo e entrou em rota de colisão várias vezes contra Bolsonaro.
“Acho que aqui em Mato Grosso a tendência é pró Eduardo Leite, mas não tenho certeza. Vi pela manifestação no interior que pessoas viajaram 1.200 km para encontrar o Eduardo Leite”, detalhou.
A favor de João Dória, segundo Avallone, está o fato de o governador de São Paulo ter conseguido a primeira vacina contra covid para os brasileiros, com investimento e apoio ao Butantã. Segundo Avalone, isso o fortalecerá na eleição contra Bolsonaro. Contudo, pela força que o presidente possui em Mato Grosso, acredita que Dória terá uma maior rejeição do eleitorado mato-grossense.
