Governador diz que retirar MT da Amazônia Legal pode atrapalhar industrialização

O governador Mauro Mendes (União Brasil) demonstrou preocupação com o projeto de lei, de autoria do deputado Juarez Costa (MDB), que visa retirar Mato Grosso da Amazônia Legal. A preocupação ocorre porque algumas empresas que se instalam em MT possuem isenção em até 75% no Imposto de Renda, justamente por fazer parte da Amazônia Legal.

Mauro afirmou ser favorável ao projeto, mas também não aceita ver Mato Grosso ter sua industrialização desestimulada, já que as empresas não teriam essa isenção. Para o governador, o benefício é um dos mais importantes instrumentos para atração de investimentos em Mato Grosso e seu fim poderia acarretar em uma fuga de capital.

“Hoje uma indústria, quando aqui se instala, ela pode pleitear um incentivo da Sudam, por estar na Amazônia Legal, de isenção de 75% de imposto de renda. Isso seguramente foi um dos maiores motivadores para o processo de industrialização que andou até hoje no estado de Mato Grosso. Perder isso é algo que temos que tomar muito cuidado”, disse Mauro.

Muito além dos impactos econômicos, o economista Vitor Galesso aponta para o risco de piorar a imagem de Mato Grosso diante da comunidade internacional, que já exerce muita pressão em razão da conservação ambiental. Essa é uma das maiores preocupações dos produtores, que sofrem ameaças sobre a suspensão de produtos de MT por razões ambientais.

Vitor aponta ainda que Mato Grosso pode expandir, de forma significativa, a sua produção sem devastar o meio ambiente.

“Além da questão do Imposto de Renda, isso pega muito mal para a imagem do estado de Mato Grosso lá fora. É esse modelo de destruição que nós não precisamos, precisamos de um modelo de empresas realmente preparadas ambientalmente para esse futuro, mas eles [políticos] só conseguem enxergar a coisa no curtíssimo prazo”, disse Galesso.

Atualmente, os representantes do agro mato-grossense travam uma batalha para mostrar os dados ambientais de MT. O presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido, aponta a inversão do pensamento internacional. Segundo ele, muitos países acreditam que os produtores usam 60% do bioma e menos da metade seriam preservados.

“Essa era uma verdade secreta, que ninguém falava o quanto do Brasil estava destinado à conservação. Nós mostramos pesquisa da Embrapa, biomas, observatórios do clima. Tanto ONGs, governo, Nasa, todo mundo chegando no número de 66% do território brasileiro destinado à vegetação nativa”, disse Penido no início de fevereiro.

Compartilhe este artigo:

Últimas atualizações