Concurso da Segurança Pública de MT é suspenso até conclusão de investigação de denúncias de falhas

Concurso para formação de cadastro de reserva na Segurança Pública está com inscrições abertas — Foto: Mayke Toscano/GCOM-MT

Concurso para formação de cadastro de reserva na Segurança Pública está com inscrições abertas — Foto: Mayke Toscano/GCOM-MT

O concurso da Segurança Pública de Mato Grosso, realizado no último domingo (21), foi suspenso temporariamente, nesta quinta-feira (24), após reunião entre representantes do Ministério Público Estadual (MPE), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP) sobre as irregularidades apontadas por meio de denúncias de candidatos.

O Ministério Público informou que recebeu por meio da Ouvidoria, nesta semana, mais de 100 denúncias sobre supostas fraudes na organização do certame.

Segundo o MP, enquanto as investigações não forem concluídas, o concurso não terá homologação final.

As denúncias serão apuradas por três promotorias de Justiça de Cuiabá, que atuam nas áreas do Patrimônio Público, Cidadania e Segurança Pública.

Ainda segundo o MP, a pedido de promotores de Justiça que atuam no caso, a Sesp-MT disponibilizou nesta quinta-feira as informações solicitadas e colocou a área de Inteligência à disposição para eventual apoio às investigações.

Vídeos e fotos com as irregularidades foram compartilhadas por inscritos no concurso.

Candidatos também recorreram contra erro de questões e aplicação das provas no site da universidade disponibilizados aos candidatos.

Segundo a UFMT, a prova foi aplicada em sete municípios de Mato Grosso e um do estado de Goiás, para mais de 66 mil inscritos. A universidade afirma que foram identificados problemas pontuais na aplicação, mas sem qualquer comprometimento à segurança ou validade do processo avaliativo.

A UFMT afirmou que contou com a inteligência da Polícia Civil para manter a ordem e combater tentativas de fraude e pessoas que tentaram burlar o exame, como o caso de Cáceres.

Deputados pedem anulação

Na terça-feira (22), a deputada Janaina Riva (MDB) fez um pedido de anulação do certame à Casa Civil e sugeriu que, caso as denúncias sejam confirmadas, o concurso deve ser anulado e uma nova data remarcada para a correção das falhas.

O deputado Elizeu Nascimento também citou irregularidades e anexou imagens que estão circulando na internet. Uma delas postada nas redes sociais da Polícia Militar mostra uma sala de aula e diz que houve muitas falhas no concurso. Ele pediu uma investigação formal do caso.

Ainda nesta quinta-feira, o deputado estadual Faissal Calil (PV) protocolou um pedido no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para suspender o concurso devido ao alto número de irregularidades apontadas.

Sete fatos que precisam de apuração, segundo os parlamentares:

  • Pagamento realizado sem identificação no sistema, incorrendo na exclusão indevida do candidato na lista de divulgação do local de prova;
  • Candidato que efetuou pagamento e não foi permitido realizar a prova, sob a justificativa de limitação de idade;
  • Problema de identificação de candidatos na prova (ausência de coletor de digitais);
  • Uso de equipamentos eletrônicos em sala e no banheiro;
  • Inexistência de fiscalização para o porte indevido de equipamentos eletrônicos;
  • Prisão de um cidadão na cidade de Cáceres por suspeita de estar realizando a prova no lugar de candidato inscrito;
  • Fotos circulando nas redes sociais de imagens da sala de aula.

O concurso

 

As provas do concurso público das forças de segurança de Mato Grosso foram realizadas nesse domingo (20). Ao todo, 66 mil pessoas estavam inscritas.

O concurso, que foi prometido pelo estado desde 2016, foi realizado para formação de cadastro de reserva. Entretanto, o governo promete chamar 1.200 classificados ainda em 2022.

Os cargos de escrivão e investigador da Polícia Civil foram os mais procurados pelos “concurseiros”. Dos 66 mil inscritos, foram quase 34 mil somente na instituição.

Por g1 MT
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