Concessão curta prevê construção da Ferrogrão

O processo de privatização do trecho da BR-163 entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) foi ‘coroado’ com o arremate do grupo Via Brasil BR-163, depois de algumas reviravoltas. Rumores sobre um possível esvaziamento do leilão ocorreram pela particularidade da concessão: o prazo mais curto da história, de apenas 10 anos, o que aumenta os riscos para os investidores.

No total, serão investidos nesta concessão cerca de R$ 1,8 bilhão em segurança viária e manutenção. Outros R$ 1,05 bilhão devem ser investidos na contratação de serviços ao usuário. Com isso, o governo prevê a criação de cerca 29 mil postos de trabalho ao longo do contrato de 10 anos.

O motivo que levou a União a optar por um prazo menor de concessão é o projeto da Ferrogrão (EF 170), em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) desde 10 de junho de 2020. Depois de construída, a ferrovia irá concorrer com a BR-163 e deve incorporar as demandas da rodovia. O frete mais barato da Ferrogrão será sua principal vantagem, o que deve reduzir a circulação de veículos de carga pela BR-163.

A expectativa é que o projeto da EF-170 seja implementado ao longo de 10 anos, mesmo período de concessão do trecho de BR 163 leiloado ontem, atraindo um investimento total de R$ 66,48 bilhões do grupo que faturar a concessão da ferrovia.

Só que, antes de ser finalizado, o processo de concessão da Ferrogrão precisará mitigar os riscos socioambientais por onde os trilhos da ferrovia devem passar. O principal entrave é sua proximidade a terras indígenas, que levou ao embargo judicial do processo.

Por Priscilla Silva, Estadão Mato Grosso
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