Baradar fazia parte da equipe que negociava em Doha, no Catar, um cessar-fogo com o antigo governo afegão e desembarcou na terça-feira (17) em Kandahar, a segunda maior cidade do Afeganistão.
Acordo de paz com os EUA
Baradar se tornou então o chefe do escritório diplomático do Talibã no Catar, que negociou e assinou o acordo de paz com os EUA em fevereiro de 2020.
O acordo previa a retirada total das tropas americanas do Afeganistão até abril deste ano. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve o acordo de Trump e adiou a saída para o fim deste mês.
A maior parte das tropas deixou o país em julho, e o Talibã se aproveitou para avançar rapidamente pelo país, conquistando todas as províncias e a capital Cabul em menos de duas semanas.
Fim da guerra no Afeganistão
Os EUA decidiram deixar o Afeganistão após quase 20 anos de ocupação. O país foi invadido por tropas americanas em 2001, em reação ao atentado do 11 de Setembro.
O Talibã comandava o país desde 1996, adotando uma visão extremamente rigorosa da lei islâmica (sharia) e impondo restrições sobretudo às mulheres, que eram impedidas de trabalhar e estudar.
As visões islâmicas ultraconservadoras dos talibãs incluíam apedrejamentos, amputações e execuções públicas.
O grupo extremista foi retirado do poder pelos EUA por esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pela queda das Torres Gêmeas.
Na época em que o Talibã foi tirado do poder, Baradar era o vice-ministro da Defesa do Afeganistão.