Bolsas caem e petróleo ultrapassa US$ 100 com invasão da Rússia a regiões da Ucrânia

O mercado de ações de Moscou desabou mais de 25% e a moeda russa, o rublo, atingiu seu mínimo histórico em relação ao dólar, antes da intervenção do banco central do país

Mercados ficam tensos após ataque à Ucrânia

PIXABAY

O preço do barril de petróleo ultrapassou os US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos nesta quinta-feira (24) e os estoques mundiais caíram após o lançamento de uma ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia.

As bolsas europeias caíram acentuadamente assim que começaram a ser abertas. Na Alemanha, Frankfurt perdeu mais de 5%, seguido por Milão e Paris (quase -4%), e Madrid e Londres, com uma perda de cerca de 3%.

O mercado de ações de Moscou caiu ainda mais de 25% e a moeda russa, o rublo, atingiu seu mínimo histórico em relação ao dólar, antes da intervenção do banco central russo.

A tendência negativa também se instalou na Ásia. Hong Kong perdeu 3,21%, Tóquio fechou com queda de 1,81% e Xangai, queda de 1,70%.

Petróleo

Por sua vez, o preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril -a referência na Europa-, subiu 8,78%, a US$ 105,34.

Em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril subiu 8,66%, para US$ 100,10.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira o início de uma “operação militar” na Ucrânia. Kiev afirma que é uma “invasão de longo alcance”.

“Neste momento é impossível apostar em qualquer cenário”, diz Ipek Ozkardeskaya, analista da empresa de investimentos SwissQuote, para quem “é o pânico nos mercados”.

“Só podemos acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos e estar preparados para mais volatilidade”, acrescentou.

Alimentos

Nesta quinta-feira, o preço dos cereais bateu um recorde para as operações na Europa e o trigo subiu para um máximo de 344 euros por tonelada na plataforma Euronext, informaram analistas e operadores à AFP.

Os preços do trigo e do milho – dos quais a Ucrânia é o quarto maior produtor do mundo – subiram acentuadamente na abertura, poucas horas depois que a Rússia lançou uma invasão de Kiev.

Por outro lado, ativos considerados portos seguros, como o ouro – que subiu 2,31%, para 1.953 dólares a onça -, o dólar e o iene japonês também se valorizaram.

“As tensões russo-ucranianas levam a um possível choque de demanda [na Europa] e a um choque maior de oferta para o resto do mundo, dada a importância da Rússia e da Ucrânia na energia”, disse Tamas Strickland, do National Australia Bank.

Para um analista da Swissquote, “o aumento dos preços da energia é uma grande dor de cabeça para a Europa, porque 40% de seu gás natural e 30% de seu petróleo vêm da Rússia”.

Relativamente ao gás natural, o mercado de referência na Europa cresceu mais 21% do que no dia anterior.

A crise ocorre quando governos de todo o mundo lutam para conter a inflação, alimentada pela crescente demanda da reabertura da economia global.

Grande parte das atenções está voltada para o Federal Reserve dos EUA (Fed), cujas autoridades se preparam para elevar os juros em março para conter o aumento dos preços.

 R7, com agências internacionais
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